Bom dia comunidade;
Como estão vocês por aí?
Julho é mês de férias, mas a cidade segue sua batida sincopada. O trânsito melhora e a programação infantil espicha (ainda bem!), tentando dar conta dos pais que não viajaram e que precisam equilibrar todos pratinhos. Respirar e seguir.
Mas a gente começa com festa de adulto, porque a Nouvella toca no Cineclube Cortina junto com Letrux, numa noitada boa que marca estreia dos videoclipes de “Vira essa boca pra cá” e “Dropar teu nome”. Bom para sair, tomar algo que alivie o frio, sacudir um pouquinho o corpo.
Enquanto isso, “Sonho Elétrico” mal estrou no Sesc Vila Mariana e já é a peça queridinha da temporada. Inspirada principalmente no “Sonho Manifesto” de Sidarta Ribeiro, o espetáculo com direção de Marcio Abreu atravessa a história de um músico que se recupera de um coma, misturando memórias, sonhos e reflexões. A história pessoal, no entanto, serve só como ponto de partida para falar de urgências contemporâneas, desse clima meio apocalíptico que a gente vive. Como podemos, socialmente e subjetivamente, pensar em recomeços? Vão assistir e nos contem!
Uma das figuras mais interessantes dos anos 1960 e 1970, Flávio Império foi um cenógrafo, figurinista, diretor, arquiteto, professor, artista plástico. É um desses homens múltiplos e extremamente inventivos cuja memória a gente deveria celebrar o tempo inteiro, mas que por caber em tantas caixinhas acaba caindo no esquecimento. Ainda bem que a Pinacoteca abriu no último sábado uma exposição toda bem amarrada, com esse título todo lindo: “tens a vontade e ela é livre”. Ali está, por exemplo, uma maquete do cenário que fez para o show Pássaro da Manhã (1977) de Maria Bethânia, com uma noite escura que a cantora vai, pouco a pouco, deixando para trás.
Na sexta e no sábado, o Teatro Cultura Artística acolhe o retorno da Orquestra Sinfônica Brasileira repetindo o repertório do concerto que a orquestra fez nesse mesmo palco em 1952. Sob a regência do maestro Enrique Diemecke e com o pianista Gabriele Strata, o programa tem Francisco Braga, Rachmaninoff e Beethoven. Chique, sincero, sem erro.
Para as crianças, tem um espetáculo bem lindo criado pela cia Repentistas do Corpo. “Quando tudo começou… um dia fora do tempo” é um misto de teatro, dança e narrativa que encena mitos da criação do mundo de diferentes culturas ao redor do planeta. De forma lúdica, dinâmica e amorosa, a montagem evidencia elementos comuns entre os mitos e convida o público a refletir sobre nossa relação com a natureza e com a própria existência. Apresentação gratuita no Teatro Paulo Eiró, só chegar uma hora antes para retirar ingressso. Dessas coisas que a gente tem à mão e às vezes não aproveita.
É isso. Deixa julho entrar, ser frio, ser simpático, ser surpreendente. Tem uma cidade imensa e uma sopa de emoções postas para ferver. Ótima semana para todos nós
Gabriela Longman
Lígia Ishida
Editoras do Guia Orbit