Orbit Recomenda - 26/5 a 1/6
Kim Gordon, Andrea Beltrão e os primeiros sons juninos
Bom dia comunidade;
Como estão vocês por aí? Quem se jogou no C6 na última semana talvez esteja cansado, pés doendo, garganta arranhando. Mas vocês sabem que a leva de festivais do outono não terminou, né? Batendo na porta nesse próximo sábado tem o Popload Festival com Norah Jones, St. Vincent, Laufey, Kim Gordon, The Lemon Twigs... São Paulo é exigente — tempo, dinheiro, energia — mas a gente vai fazendo o que dá e como dá!
Quem não puder (ou não quiser!) ir no sábado tem no domingo um show solo e mais intimista com a musa Kim Gordon no Cine Joia que vai ser nossa pedida por aqui. Ícone do movimento noise rock e da cena underground nova-iorquina dos anos 1980 e 1990. a baixista, vocalista e cofundadora do Sonic Youth sempre trabalhou nas fronteira entre música, a performance, artes visuais (numa história que ela conta muito bem no livro de memórias A garota da banda, 2015). A garota tem hoje 72 anos mas segue cheia de presença. A poetisa, musicista e ativista Moor Mother abre os trabalhos.
No Estádio do Pacambu tem a quarta edição da feira Arpa, reunindo cerca de 60 galerias. Feira boa para quem é de feira ! Mas quem não quiser encarar o rolê, nossa dica mais minimalista é a pequena grande exposição ”Entrevero” do artista gaúcho Michel Zózimo aberta no último sábado na galeria Martins&Monteiro. A natureza, mais especificamente os animais são protagonistas de colagens, desenhos, pinturas, cerâmicas, bordados com rigor técnico, rítmico e imaginativo de encher os olhos. Vejam!
Enquanto isso, no teatro, aterrisa em São Paulo “Lady Tempestade" o monólogo com Andrea Beltrão que fez duas temporadas de sucesso no Rio, com seis indicações ao Prêmio APTR (atriz protagonista, direção, dramaturgia, espetáculo, produção não-musical e jovem talento). A dramaturgia de Sílvia Gomez e parte dos diários da advogada pernambucana Mércia Albuquerque (1934-2003) e de sua atuação em defesa de centenas de presos/as políticos/as do Nordeste durante a ditadura, principalmente entre 1973 e 1974, um dos períodos mais pesados da ditadura brasileira. A direção é de Yara de Novaes, nome por trás de algumas das melhores montagens do teatro atual. Vale a pena acompanhar tudo o que ela faz.
Tem ainda Jussara Miller dançando no Teatro do Centro da Terra, improvisando ao vivo a partir de um roteiro musical criado pelo argentino Christian Laszlo. Se vocês nunca foram nesse teatro pequenino encravado numa curvinha de Perdizes, não deixem de ir. A programação é consistente nas três vertentes que ele abraça — cinema, música e dança — e o restaurante Shakashuka serve pratos que misturam aromas do Oriente Médio e do Mediterrâneo.
Por fim… chegou junho! Tá cedo para a gente soltar o guia de festas de juninas que a gente anualmente prepara, mas para quem quer ir esquentando os ânimos com as crianças, Cris Barulins apresenta um show só de canções de arraial.
É isso. Temperatura baixando. Coração quente. Fogueiras a gente vive pulando todos os dias, não?
Ótima semana para todos nós
Gabriela Longman
Lígia Ishida
Editoras do Guia Orbit