Orbit Recomenda - 2 a 8/6
Figuração pop, documentaristas brasileiras e uma celebração da Vila Mariana
Bom dia comunidade;
Caiu a temperatura por aí? Aqui a gente começa a sentir o corpo mais reticente, mesmo que a lista de afazeres da segunda-feira clame por prontidão e agilidade. Um chá quente, um pouquinho de carboidrato e vamos para a cima porque a cidade não brinca em serviço.
Junho já começou, e para quem não viu segue o post que fizemos no instagram com nossos 5 Imperdíveis do Mês — sem contar a Feira do Livro do Pacaembu, Parada LGBTQ+, dia dos namorados e festas juninas, que terão conteúdos dedicados. Senta que vem coisa boa.
Comece por aqui: no último sábado, a Pinacoteca abriu uma das suas principais exposições do ano, Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70, um conjunto de 250 obras de mais de 100 artistas. Mostra dessas para ser vista com tempo, caderninho em mãos, porque as obras de nomes como Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Claudio Tozzi e Carmela Gross dão muito o que pensar sobre aquele Brasil e o de hoje. Vão que não tem erro.
E por falar em Brasil, anos 1960, no teatro tem um musical que estreou faz tempo, mas a gente acabou não falando na estreia e deixando passar — perdoem essa falha. Se voltamos a ele agora, é porque tanto o assunto quanto o espetáculo são digníssimos de nota: o musical em torno de Tom Jobim, superprodução com 27 atores, 13 músicos, direção de João Fonseca e o texto — finíssimo, como tudo o que ele faz — do mestre Nelson Motta. Dá medo mexer na memória sagrada de certos ícones. Mas aqui há, de modo geral, acerto. Vale bem as duas horas e meia de espetáculo.
Enquanto isso, o rapper Rachid lança o vinil de seu quinto disco, "Portal” (dá para ouvir aqui) com dois dias de show no Sesc Vila Mariana. O disco tem participação de Lenine, Péricles, Melly e Lagum. No show, estará Projota. Se você gosta dessa turma, a gente assina que o programa é bom.
Bem ali pertinho (que delícia que é a Vila Mariana!) a Cinemateca acerta a mão com o festival em torno de 14 documentaristas brasileiras. Até 8 de junho a mostra exibe filmes feitos entre a década de 1960 e a atualidade em diferentes regiões do Brasil.
Dá para assistir a “A entrevista" (1967), primeiro curta dirigido pela carioca Helena Solberg, ao lado de seu trabalho mais recente, “Um Filme para Beatrice ““(2024). A pernambucana Kátia Mesel, autora de mais de 300 obras – majoritariamente documentais – terá sua produção representada pela cópia restaurada de Recife de Dentro pra Fora" (1997), uma adaptação audiovisual do poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, que revela o olhar poético e singular da diretora sobre a cidade. Papa finíssima.
Uma listinha rápida de restaurantes legais na Vila Mariana/Paraíso para matar a fome: Halim (árabe), Fuego Celeste (uruguaio), Aizomê Japan House (Caro. Vale cada centavo), Uokatsu (japonês acessível), Don Pancho (Mexicano). Afe, que alegria.
Por último, no mesmo quadrilátero, tem o Disney On Ice, com os personagens mais icônicos ("você não gosta de mim/ mas sua filha gosta") patinando no gelo. Vocês sabem que a gente costuma privilegiar espetáculos menores, mais artesanais e ditos educativos — folclore brasileiro, culturas do mundo etc. Mas as crianças piram tanto nesse rolê que a gente decidiu abrir uma exceção. Disney, doce, pipoca... Nossos filhos (sobrinhos, netos etc.) só serão crianças uma vez. O gerente enlouqueceu.
É isso. Que seja uma semana dessas boas de viver. Às vezes a gente esquece que estamos nessa terra por tempo limitado. Cada dia importa. E as pessoas, os encontros e as pessoas, são o que fazem tudo valer a pena.
Ótima semana semana para todos nós,
Gabriela Longman
Lígia Ishida
Editoras do Guia Orbit