Bom dia comunidade;
Como vocês andam neste maio? Segunda ensolarada, vida franca.
Por aqui é semana de C6 Fest. No ano passado, a produção caprichou, entregando ótima infra-estrutura de comida, bebida, banheiros, combinando com o line-up ao mesmo tempo diverso e sofisticado. Um festival de adultos para adultos.
Esse ano, os ingressos para os dois dias de shows menores (e maravilhosos!) do Auditório já estão esgotados, mas ainda dá para buscar a programação principal do domingo, com Wilco, Cat Burns, The Last Dinner Party….
Enquanto isso: tá faltando curadoria para a Virada Cultural. Celebrando 20 anos (primeiras edições: quem viveu viu), a Virada tem potencial de ser o evento mais incrível da cidade. Mas os 20 palcos espalhados pela cidade acabam sendo mais um apanhadão jogado de shows do que qualquer outra coisa.
A ideia de ocupar a cidade de madrugada — que inspira e dá origem ao nome “Virada” — acabou por conta da insegurança… a ideia de perambular de um palco para outro como acontecia antigamente também. Seria o melhor jeito da Prefeitura alocar R$54 milhões em cultura? Muitas dúvidas por aqui. De qualquer jeito claro que existe uma alegria em ver essa programação esparramada — M’Boi Mirim, Jardim Myrna, Cidade Ademar, Cidade Tiradentes. As muitas São Paulos.
É sintomático que a Virada e o C6 aconteçam no mesmo final de semana. Fruto de uma cidade que se cindiu entre a excelência a custos impraticáveis — o parque Ibirapuera seguro, lindamente iluminado, a programação cosmopolita — e uma pseudo democratização do acesso à cultura para todos que sobraram do lado de fora.
Enfim… momento sociológico aqui. Antes que alguém grite “vai para Cuba” (que, definitivamente, não nos inspira) a ideia é só pensar um pouquinho fora da caixa como e o que a gente poderia fazer de diferente.
Seguindo nas recomendações: vejam, apenas vejam, o belo recorte do acervo do MAM-SP exposto na Fiesp. Enquanto a sede do museu no Parque Ibirapuera está em reforma, o curador Cauê Alves junto com Gabriela Gotoda faz um belo diálogo entre artistas modernos e contemporâneos, problematizando, claro, as duas terminologias. Bom, gratuito e fácil de chegar.
Vejam também a volta de “In On It”: peça que comemora os 15 anos de sua estreia em 2009 e que segue contundente, inteligente, divertida e com excelententes atuações de Emílio de Mello e Enrique Diaz
Desde 2023, a Osesp se dedica à gravação da integral das sinfonias de Gustav Mahler. Essa semana chegou a hora da Número 6, também conhecida como trágica. É sombria, é soturna e é um espetáculo. No último movimento, Mahler introduziu golpes de martelo, descritos por ele como o "golpe do destino". Não é para os fracos, pessoal.
Por fim, para os pequenos tem a Ocupação Palavra Cantada, exposição concebida pelo Itaú Cultural que celebra as três décadas do duo musical formado por Sandra Peres e Paulo Tatit. “O que que tem na sopa do neném”? Se seu filho pequeno nunca ouviu esse hit — e tantos outros— , você está perdendo tempo.
Falando em tempo, já chega, né? Pára de falar, mulher.
Ótima semana para todos nós
Gabriela Longman
Lígia Ishida
Editoras do Guia Orbit
ORBIT, sempre se superando!