Orbit Recomenda - 12 a 18/5
Talvez seja Paris, talvez seja Portugal., talvez seja um som do Moacir Santos...
"Eu adoraria pintar como o pássaro canta"
Claude Monet
Salve comunidade,
Como vocês têm passado? Em Roma habemus papa, aqui habemus trânsito (sempre!), chuvinha e uma programação cultural de encher os olhos.
A começar pela exposição suntuosa “A Ecologia de Monet” que o Masp inaugura esta semana, enfatizando as relações do mestre do Impressionismo com a natureza e com as transformações trazidas pela modernidade na forma de ver e se relacionar com a paisagem . Com 32 pinturas, a maioria delas inédita no hemisfério sul, a mostra é uma das grandes apostas do museu para o ano. Vale demais se programar com antecedência para evitar (um pouco) as filas.
Enquanto isso, na Casa Natura, uma única apresentação do sexteto Mestre Negro homenageia o mestre Moacir Santos (1926-2006), “que não és um só és tantos”, como cantaria Vinícius. Dono de uma sofisticação ímpar, Moacir ficou conhecido por costurar como ninguém a polirritmia africana com a instrumentação jazzística das big bands. Fez uma longa carreira nos Estados Unidos – são do trombonista Curt Berg, amigo pessoal do compositor e e ex-integrante de seu grupo norte-americano, boa parte dos arranjos a serem apresentados – e deixou uma legião de admiradores.
Seguindo na seara da música, temos o Brasil descobrindo Portugal pelas sonoridades de Mário Laginha. Pianista e compositor português, ele colabora regularmente com artistas brasileiros como André Mehmari, Gilberto Gil e Lenine, e na próxima quarta, faz um encontro inédito com o Grupo Pau Brasil na Sala São Paulo. Dois pianos — o de Laginha e o de Nelson Ayres — tocando lado a lado, vai ser bonito. Pasteis de nata musical.
Um solo construído a partir de histórias de grandes mulheres é nossa sugestão para o teatro. No palco, Beth Zalcman costura fios narrativos que amarram idealistas e/ou pensadoras de diferentes épocas e contextos ––Joana d'Arc, Hipátia de Alexandria, Marguerite Porete, Harrite Tubman e Simone Weil…. para formar “Ânima”, com dramaturgia de Lúcia Helena Galvão. A autora e atriz já trabalharam juntas em “Helena Blavatsky, a voz do silêncio” e repetem aqui a parceria de sucesso.
Por fim, as crianças. Outro dia nos perguntaram porque a gente sempre deixa infantil pro final. Definitivamente (!!!) não é porque achamos menos importante, mas simplesmente porque a gente acha prático para quem não tem filhos poder parar a leitura antes. (E quem só quiser saber disso poder ir direto ao ponto).
Dito isso, a gente diz: vai ter show do Hélio Ziskind no domingo de manhã no porão da Casa de Francisca, um dos lugares mais legais da cidade. Os entornos da Sé, a gente sabe, podem ser difíceis — mais ainda no fim de semana. Mas a gente acredita (acredita mesmo!) que a cidade só se transforma quando a gente vence o incômodo. Pegue seu/sua pirralho/a pela mão e vá ouvir o Hélio que vai ser legal.
É isso. Caminhante, o caminho se faz ao caminhar. Pisca o olho e cá estamos nós quase na metade de maio. Que os dias sejam generosos com vocês como, muitas vezes, têm sido por aqui com a gente. Nossa newsletter chegou tarde hoje, mas a gente jura que foi por um bom motivo.
Ótima semana para todos nós,
Gabriela Longman
Lígia Ishida
Editoras do Guia Orbit